Conflito pelo uso da terra e proteção à natureza no Espírito Santo: o caso da Estação Biológica de Santa Lúcia

Autores

  • Alyne dos Santos Gonçalves Instituto Nacional da Mata Atlântica image/svg+xml Autor
  • Felipe de Souza Fernandez Universidade Federal do Espírito Santo image/svg+xml Autor

DOI:

https://doi.org/10.70525/2024.3

Palavras-chave:

Governo Élcio Álvares, História agrária, Museu Nacional do Rio de Janeiro, O Caso Ruschi, Reserva Biológica de Comboios, Sociedade dos Amigos do Museu Nacional

Resumo

Neste artigo analisamos o histórico de constituição territorial da Estação
Biológica de Santa Lúcia (EBSL), área de proteção natural localizada no
município de Santa Teresa, Espírito Santo. Trata-se de um processo marcado pela disputa de 156 hectares de florestas entre o Museu Nacional do Rio de Janeiro e a Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, representados pelo naturalista Augusto Ruschi, e o Estado do Espírito Santo, cujo ponto alto ocorreu no ano de 1977, com o chamado “caso Ruschi”. O pano de fundo é o período da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) e os conflitos entre agentes econômicos, políticos e conservacionistas pelo uso da terra na Mata Atlântica capixaba. Grande parte da lacuna historiográfica que paira sobre o referido caso deve-se à indisponibilidade ou desconhecimento de fontes primárias que registraram a contenda. Cruzando dezenas de documentos encontrados no Arquivo Augusto Ruschi (AAR) com fontes produzidas ou mantidas pelo antigo Serviço Nacional de Informações (SNI), pudemos concluir que o conflito pela titularidade da EBSL esteve inserido em um contexto maior de disputa regional pelo acesso e uso de remanescentes florestais e seus recursos naturais, marcado por uma conjuntura política autoritária e pela lógica
de crescimento econômico acelerado.

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Publicado

18-08-2025