Riqueza, diversidade e conservação da flora nativa da Bacia do Rio Doce
DOI:
https://doi.org/10.70525/2025.33Palavras-chave:
Endemismo, Conservação de Espécies Raras, Mata Atlântica, Bancos de Dados de BiodiversidadeResumo
A Bacia Hidrográfica do Rio Doce (BHRD), inserida no domínio da Mata Atlântica, destaca-se por sua elevada diversidade florística e importância estratégica para a conservação da biodiversidade em um contexto de intensa degradação ambiental. Este estudo teve como objetivo caracterizar a flora arbórea e arbustiva da BHRD, avaliando sua composição, distribuição por diferentes fitofisionomias e status de conservação, e as lacunas de inventários. Para tanto, a partir de bancos de dados públicos (SpeciesLink, Global Biodiversity Information Facility - GBIF e Flora do Brasil 2020), foram compilados dados de ocorrência (registros), distribuição, status de endemismo (Mata Atlântica/Brasil) e de conservação/ameaça (categorias da International Union for Conservation of Nature - IUCN) para espécies arbóreas e arbustivas da BHRD, resultando em um inventário de 1.517 espécies pertencentes a 103 famílias botânicas. A Floresta Ombrófila Densa concentrou a maior riqueza florística e o maior número de endemismos. Identificou-se um padrão generalizado de raridade, com mais da metade das espécies apresentando até três registros. Além disso, 20% das espécies avaliadas foram classificadas como ameaçadas, e 41% não possuem avaliação formal de risco de extinção. Esses resultados evidenciam lacunas no conhecimento florístico da região e reforçam a necessidade de intensificar os esforços de inventário e conservação, especialmente em fitofisionomias menos amostradas, como as formações savânicas. O estudo fornece subsídios para o planejamento de ações de conservação e restauração ecológica, considerando a heterogeneidade ambiental da bacia e os riscos crescentes associados às mudanças climáticas e à pressão antrópica.

